Presidente do HC Patrocínio detalha situação do hospital e possível não atendimento a novos pacientes

Tamanho da fonte do texto: Maior (A+) | Menor (A-)

Em entrevistas a rádios locais, Thiago Miranda Oliveira relata dificuldades da instituição

O Hospital do Câncer de Patrocínio não descarta a possibilidade de em 2018 não acolher novos pacientes. A afirmação foi feita pelo presidente da instituição Thiago Miranda Oliveira em entrevistas concedidas esta semana às rádios Difusora e Módulo FM.

O presidente ressaltou a responsabilidade da diretoria do HC Patrocínio enfatizando o enorme número de atendimentos gratuitos, e ainda assim, mantendo seus compromissos rigorosamente em dia com fornecedores e funcionários. Porém, as dificuldades financeiras, mesmo apesar de toda ajuda voluntária da comunidade, podem forçar o hospital a uma medida mais drástica de suspender o acolhimento de novos pacientes de câncer; se não houver ajuda financeira extra de órgãos governamentais.

Apesar das dificuldades, tranquilizou os atuais 506 pacientes que estão em tratamento; os tratamentos continuam sendo realizados normalmente. O que está em questão são os acolhimentos de novos pacientes.

Confira os principais trechos das entrevistas de Thiago Miranda repercutidas pelo site do Jornal de Patrocínio:

SOBRE AS FINANÇAS DO HC
A situação financeira do HC Patrocínio não é diferente das demais entidades de saúde pública que atendem gratuitamente. Hoje não devemos nenhum fornecedor e salários estão em dia. Porém, temos tido um aumento muito grande de pacientes ano a ano — um índice assustador. O Hospital do Câncer tem a capacidade máxima financeira de atender 450 pacientes e hoje estamos com 506. Nosso teto já foi extrapolado.

BUSCA POR RECURSOS E CREDENCIAMENTO
Para conseguirmos mais recursos e emendas fizemos diversas gestões com a Secretaria Municipal de Saúde, com vereadores e com o prefeito visando o credenciamento junto ao SUS. E a Prefeitura chegou num entendimento e, na visão deles, hoje o credenciamento no SUS iria trazer ao município cerca de R$ 5 milhões anuais. O secretário Bebé e o prefeito Deiró levantaram que este montante não seria suficiente para atender a alta demanda que eles estão prevendo para o município. Porque, quando se é credenciado ao SUS, a entidade absorve toda a demanda regional e aumentaria bastante o atendimento de pacientes e, com isso, haveria elevação dos custos. Neste estudo, os R$ 5 milhões não seriam suficientes e a Prefeitura não teria condições de arcar com a diferença. Diante disso a Prefeitura de Patrocínio não assinou o documento avalizando o HC para ser credenciado. E sem a assinatura da Prefeitura não se dá andamento ao processo de credenciamento.

PANORAMA PREOCUPANTE PARA 2018
A diretoria trabalha de forma equilibrada para manter esses atendimentos, mas para 2018 o panorama é preocupante. Todos os atendimentos são feitos de forma gratuita. Será um ano muito difícil, principalmente pelo fato da instituição não receber qualquer tipo de recurso extra através dos governos Municipal, Estadual ou Federal, de emenda parlamentar ou mesmo da Câmara Municipal de Patrocínio. Com isso, não descartamos o não acolhimento de novos pacientes em 2018, pelo menos de forma temporária.

TRANQUILIZANDO OS ATUAIS PACIENTES
Apesar das dificuldades, tranquilizo os pacientes que estão em tratamento. Os tratamentos continuam sendo realizados normalmente. Porém, só deverão ser iniciados novos atendimentos quando o HC Patrocínio dispuser de outras fontes de renda externas.

ASSEMBLEIA E POSSÍVEL DESISTÊNCIA DE CREDENCIAMENTO
Esses assuntos serão tratados em assembleia que será realizada dia 29 de janeiro próximo. Discutiremos, por exemplo, a possível desistência do processo de credenciamento em oncologia perante o Ministério da Saúde para receber recursos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), por falta de interesse dos órgãos públicos.

(André Luiz Costa / Comunicação HC Patrocínio)